Uma das mais gratificantes conquistas que várias pessoas desejam é ter um filho e formar uma família. É um momento de felicidade, satisfação e bem-estar conceber ao mundo outra vida. Ainda, contudo, que seu filho seja uma parte de você, ele é alguém que virá a criar sua própria independência, opinião e desejo. Vocês não são um só e, com isso, muitos pais se veem presos na desnecessária frustração de vê-lo seguir um caminho distinto do que imaginava.
É um fato que nem todas as pessoas nascem no melhor dos berços, muito menos com uma boa relação com os pais. É comum, também, que os pais desejem para os filhos o que não lhes foi possível alcançar enquanto jovens. Este desejo incessante cria uma necessidade tremenda de compensar o que faltou no passado no próprio filho, projetando os próprios sonhos dele e, consequentemente, ofuscando os próprios desejos da criança.
Claro, alguns filhos se inspiram nos pais para o futuro, seguem a mesma profissão ou aceitam de bom grado e por conta própria o que os pais lhes oferecem; o problema é quando o sonho não é o mesmo e isso se torna inadmissível. Isso pode fazer com que toda a privacidade da criança seja invadida e seus objetivos sejam excluídos e inaceitáveis para o pai, que sonha em ver o seu filho como médico, enquanto ele, por exemplo, quer ser enfermeiro.
Eu não devo proteger meu filho?
Mas é claro que deve. É sua obrigação, como pai ou como mãe, protegê-lo. E tão importante quanto, é necessário reconhecer que seu filho deixará de ser criança e, pouco a pouco, dará seus próprios passos para se tornar um adulto que independe de você. Pode parecer doloroso, no entanto, maior que a dor, é a gratificação de ver que seu filho já não mais é indefeso como um dia fora. Os pais que ditam da pequenice à vida adulta os passos do seu filho, estarão criando um robô sem personalidade nem autoconfiança, completamente insegura.
Ainda que seja pelo bem e por amor, não é certo e não é bom. O jovem que é muito controlado pelos pais se sente sufocado pelos mesmos e na gritante necessidade de agradá-los à risca. Ele se sente negligenciado e com medo da rejeição e tenderá a projetar isso na sua vida futura, se submetendo a colegas abusivos e a superiores prepotentes. Seu medo da reprovação o perseguirá por toda a vida e isso o fará incapaz de decidir as coisas por si próprio. Acompanhado de frequentes brigas é ainda pior: é extremamente inapropriado que os pais reprimam nos filhos seu sendo de independência e o forcem a seguir o que não ama.
Fingir que aceita também não é o suficiente
É indispensável que os pais, além de aceitarem os próprios passos do filho, o apoiem nisso. O jovem se inspira nos seus cuidadores e é de suma importância que se tenha orgulho dele, pois ainda assim, ele anseia pela sua aprovação e pela sua felicidade de tê-lo como filho. É comum que os pais abram mão de qualquer apoio pelo adolescente quando ele começa a seguir algo que, de primeira, os pais não desejavam. Mesmo que não tenha a repressão, não há suporte. Isso com certeza o desanima e o fará conformado com a falsa sensação de ser um perdido.
Um filho com pais que sabem mediar entre a liberdade, a proteção e o suporte, tem tudo. A diferença é clara: enquanto um se torna negativo, o filho bem educado:
- É autoconfiante;
- Confia seus feitos para os pais, não vê necessidade de esconder nada;
- Tem muito mais chances de se dar bem com as pessoas e suceder social e profissionalmente;
- Se torna humilde e bondoso.
São diversas qualidades que se encontram no homem adulto que recebeu uma boa educação de seus pais; ele se torna feliz com aquilo que é e extremamente satisfeito com a relação que tem com seus responsáveis.
Acredite: seu filho se importa muito com sua aprovação e é extremamente importante que você, como seu criador, dê o apoio necessário para que ele cresça independente e seguro de si, ao invés de prendê-lo no que você acha que ele deve ser. Permita-o ser livre para escolher o que quer ser e eduque-o para ser um adulto autossuficiente e, desta forma, ele o recompensará com todo o orgulho que você jamais teria com um filho infeliz com sua própria vida.